terça-feira, novembro 27, 2007

Na inauguração da linha férrea


No discurso de inauguração da linha férrea que ligava o continente de um extremo a outro, o presidente, vestido de maquinista, só teve tempo de puxar o apito do trem e dar as últimas palavras de “adeus, mundo cruel, porque você é um desastre – e esse país também; eu quero é que se exploda”, num idioma gélido e incompreensível, para cair em seguida no chão com um sorriso nos lábios e um ataque cardíaco fulminante no peito, momentos antes do mundo de fato explodir, destruindo tudo e matando pessoas, como se estivesse todo dinamitado.

5 Comentários:

Blogger Marcelo Mesquita disse...

... e com a sensação de dever cumprido!

11:36 AM  
Blogger bruno reis disse...

valha, gaby.

você voltou a escrever e dessa vez o texto é esquisitíssimo e a sua cara também. talvez seja o pânico do obsceno do tempo-real e do espaço zero, ou um lava-mãos de deus ou qualquer entidade que organizasse esse caos. mas acho que no final nem ele teria essa força. o mundo só se explodiria se fosse em outros mundos. iguais, só que em outro tempo. ou sei lá.

ah, e cadê o blog do jabá?

4:46 PM  
Blogger Débora Medeiros disse...

Metaaaaaaaaal! \m/ Adorei, Alan! Deu pra ouvir as explosões!

9:39 AM  
Blogger www.jotelog.cl/jornalintimo disse...

eu li tudo num suspiro só, te juro :P legal demais...

10:14 PM  
Blogger Luana Camará disse...

As vezes eu quero chorar mas o dia nasce e eu esqueço.

3:38 PM  

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